Hipnotizados pela mídia

“... e nesses momentos o seu coração se aproximava do solitário e ridicularizado herege da tela, o único guardião da verdade e da sanidade num mundo de mentiras.” Trecho do Livro 1984 de George Orwell

Há momentos que me pergunto: será que o mundo é realmente o que se passa na TV? Ou será que tudo não se passa de informações filtradas para que portemos da forma que “eles” querem? A mídia é a melhor forma de se propagar noticias, porém nem sempre o que se passa na mídia é realmente verídico! Meios de comunicação usam freqüentemente seu poder para dizer o que querem e princiapalmente o que lhes convém ou que convém a outros. O que é dito ser imparcial é na verdade muito parcial. Um exemplo disso é o caso Isabela que tem repercussão nacional e é extremamente divulgado. Uma menina jogada do prédio pelos pais, mais o mais interessante é que muitas crianças morrem empurrados pelo descaso do governo de cima dos prédios do desenvolvimento social; Morrem de fome; morrem de sede; morrem de doenças; morrem as esperanças; e o que é divulgado? MUITO POUCO, QUASE NADA! Quem se lembra da atual epidemia de dengue? Quantos já morreram? Acho que ninguém se lembra. Pois é, o filtro dos interesses da mídia afeta nossas vidas direta ou indiretamente. Afeta na maneira de andar, na maneira de falar, na maneira de vestir, na maneira de comer e até mesmo na maneira de pensar! Os hipnotizados pela mídia são membro de uma mente coletiva dependente. Saiam da hipnose e vivam a liberdade.
Sebastião Sérgio

O homem por detrás dos óculos



O homem por detrás dos óculos já sente o cansaço. Vê que o tempo passou tão rápido que ele já não consegue acompanhar as coisas. O homem atrás dos óculos quer partir, mas ainda não sabe para onde nem com quem... e, como se mentisse, já quer voltar e ficar ao lado dos seus, eternamente. O homem por detrás dos óculos ainda não cresceu...está amadurecendo...por isso sofre, sofre ao deitar na cama e lembrar que está sozinho...que seus amigos estão longe, que seus amores não o amam, que seus problemas não acabam, que sua vida não o espera e que seu destino não chega...
O homem por detrás dos óculos é diferente dos outros... ele sofre silenciosamente... cada "não", cada "talvez", cada "se". O homem por detrás dos óculos quer adormecer e viver uma vida só de "sins" e assim...talvez, realize seu maior sonho...ser feliz.

Dôuglas Ferreira

Avidez ao tempo

sou ávido pelo tempo
apaixonado pelo ritmo da alma
Ah! Quem me dera tramar todos os dias com o destino por sua adoração.
Quero viver amante dos pássaros que me alertam na presença da aurora.
Eles são poetas despertadores, lembrando-me do fim do sono com seus poemas enfáticos
Tenho uma ardente ambição em cortejar o tempo
e reverenciá-lo como o patamar supremo
e assim me colocar com um ser ínfimo.
De soslaio sobre a cadeira obsoleta posso observar seus movimentos
onde ele passa da magnitude superior
até despejar sobre a âmbula sem graça e inferior
quero ser como alguns que têm intimidades com o tempo
e conseguir reverter as âmbulas
e sair de uma posição seca a me esbanjar
num mar de deleites

o tempo é eterno, forte e presente em tudo
é como o vento que terno, sobra
é como uma imagem que eterna, fica
individualmente, o mundo acaba
mas, é o tempo que determinará seu luto.
Pra uns ele é herói, pra outros vilão
e quem determina a veracidade de seus atos
somos nós, cada um com sua concepção
mas, ele É, querendo nós ou não.

Sebastião Sérgio

Rio de águas escuras

Quando você, rio de águas escuras
se encontrar com o mar do êxodo
Ficarei triste e sentirei dor
Como um feto que encontra a luz, fora do útero.
E a saudade, que me tirava o sono
antes de sua chegada,
voltará, como a seca que atordoa
os corações dos angustiados,
que não esperam sua repentina chegada.

Somos amigos, como irmãos do mesmo do Pai
Pai esse que nos ama. Mas você ainda insiste
na vazante absoluta da razão
Mas, não o julgo por isso
Mas, Pai é Pai, e seu amor paterno é imortal

Somos sinônimos mútuos.
Não sei como, mas me vejo em suas águas negras
Acho que é nossa homogeneidade que proporciona isso

Ora, eu oro por sua não descaracterização
e pelo não clareamento de suas águas, que são muitas
se no futuro, sua imigração se confirmar
piarei como o canário pardo
o triste canto do desconsolo
e como o vento que eterno sopra
será minha lembrança de suas águas.

Sebastião Sérgio

Semente Ferida



Ouve-se um som que vem do fundo de um fruto
Ele esta desolado, triste, pois nascerá sozinho como a noite
E depois foi adormecido pelo veneno do destino
E agora só, ele grita, em busca de socorro

Esse grito sussurra as dores do tempo,
E mesmo mórbido, ele humilde e grato aplaude
Como uma forma de adoração por seu surgimento
E reconhece que cada um tem sua sina

Ele vive almejando o saber, o conhecimento
pra preencher as lacunas do destino
Porém, seu instinto o faz esquecer do dia aprendido
E com o tempo, a monotonia virá contentamento

No entanto, a solidão ainda corrói sua alma
E mesmo assim, ele tenta escapar da lembrança
E seu brilho aumenta de expectativas e sonhos
E sua cor erradia tão forte, como a cor da esperança

Então, seus sonhos começam a solidificar
E um dia uma brisa o carrega para o céu
E ele agora voa... Como uma folha seca no outono
No entanto, a brisa cessa, e ele despenca

E os gritos de esperança tornam-se de angustia
E ele cai sobre a terra que estava molha
pelas lágrimas do céu, que se emociona com ele
Ele rapidamente se cobre para espantar o frio da lembrança

Então coberto pela terra molhada. Ele cresce.
Suas cóleras ficaram com a casca extraída pela terra
E ele se abre e de seu interior saí à esperança acumulada
E o grito agora é mais alto, mais agudo e feliz

Pois agora não grita mais em busca de ajuda
Grita, jubilando e louvando pela doce brisa.

Sebastião Sérgio

Canário Pardo



O canário pardo agora voa só
Tinha um belo companheiro, porém ele se retirou
E voou aos campos sujos e secos do vale das sombras
Era lindo e plácido, as suas penas claras e brilhantes
Alegre e jubilante quando ainda o tinha ao lado
Agora suas penas caem
E são trocadas por novas
Porém não como as antigas
Que o diferenciava dos demais.
Complicado viver só
Mas, o canário pia o triste canto do desconsolo.
É cruel a dor da solidão
E é ainda pior quando se acostuma com a presença.
Mas, é vivendo que se reaprende,
E chorando que a gente sente.
Óh! Canário pardo não se extrema à tristeza,
Cede sóbrio ao álcool da tentação,
E paciente quanto à demora do preenchimento
Viva e pie sem pensar no desgosto de ser só.

Sebastião Sérgio