Semente Ferida



Ouve-se um som que vem do fundo de um fruto
Ele esta desolado, triste, pois nascerá sozinho como a noite
E depois foi adormecido pelo veneno do destino
E agora só, ele grita, em busca de socorro

Esse grito sussurra as dores do tempo,
E mesmo mórbido, ele humilde e grato aplaude
Como uma forma de adoração por seu surgimento
E reconhece que cada um tem sua sina

Ele vive almejando o saber, o conhecimento
pra preencher as lacunas do destino
Porém, seu instinto o faz esquecer do dia aprendido
E com o tempo, a monotonia virá contentamento

No entanto, a solidão ainda corrói sua alma
E mesmo assim, ele tenta escapar da lembrança
E seu brilho aumenta de expectativas e sonhos
E sua cor erradia tão forte, como a cor da esperança

Então, seus sonhos começam a solidificar
E um dia uma brisa o carrega para o céu
E ele agora voa... Como uma folha seca no outono
No entanto, a brisa cessa, e ele despenca

E os gritos de esperança tornam-se de angustia
E ele cai sobre a terra que estava molha
pelas lágrimas do céu, que se emociona com ele
Ele rapidamente se cobre para espantar o frio da lembrança

Então coberto pela terra molhada. Ele cresce.
Suas cóleras ficaram com a casca extraída pela terra
E ele se abre e de seu interior saí à esperança acumulada
E o grito agora é mais alto, mais agudo e feliz

Pois agora não grita mais em busca de ajuda
Grita, jubilando e louvando pela doce brisa.

Sebastião Sérgio