poesia de bailarina

apóie seus pés cansados, louvados no chão,
para parecer ser normal.
Na verdade a dança de seus movimentos
é a primeira etapa para alçar voo.
Como o preparo do rasante e majestoso
voo dos ventos, dos sonhos e dos pássaros.

baila, baila, bailarina,
com seus giros de princesa
e seu olhar de menina.

Coloque sobre seus dedos suados, machucados,
na esperança do ritmo preciso e do ato perfeito.
Exibe submerso no pó de gesso
todo seu gingado de donzela, que colore nosso olhar.

samba, samba, bailarina
com seu molejo de moleca
e seu vibrar de menina

Vai! Segura firme, não enfraqueça.
Lembra do par e sê forte, sê rocha!
Firme. Ser lítico precisa ser.

Canta, canta, bailarina
com sua voz macia, Maria
e o suspirar de menina

Vai no Jazz dos seus pés.
Pra que regra de compasso?
Vai na maneira da vida,
No levar do vento.

Voa, voa, Bailarina
com as asas nos pés
ziguezagueando,
como menina.

movimento

a gente é movido a sonhos,
com um moinho se move a vento.
somos uma alma
aprisionada no corpo.
se não houvesse tanta carne,
chegaríamos até o topo.
Meu Deus! pra que tanta carne
se tanto me priva?
pra que morrer,
se eu quero é vida?!

homens são imortais,
se quiserem ser.
o problema é que
a vida faz envelhecer.

crianças vivem sempre
eu seu mundo imaginário,
nos somos seres velhos
e pobre sedentários

o caminho da morte
é uma opção.
muitos o escolhem
outros não.

Ghost

Quando eu nasci um anjo louco
desses que vivem na rua disse:
- Vai tião, ser solitário na vida.
Eu saltei de lado esfriei a espinha
Ele nem disse a que vinha, então
disse à ele: - Anjo sujo e moribundo!
Vai desgraçar outro mundo.
Ele meio sagaz, sorriu meio de lado
e com seu imbornal meio deformado
levantou-se meio desajeitado,
foi sem rumo a desgraçar outro coitado.
E continuei meu trajeto
solitário e amante quieto.
O anjo também continuou à andar
e outra vida à desgraçar

Vai menino de rua,
ser garoto de vida nua.
Vai menino do sinal,
ser pra alguns um ser banal.
Vai menino sem nome,
tenha fé, não tenha fome.

repentina dor

Quem sabe a dor,
repentina de todo ser.
Quem sabe a cegueira,
que atordoa e faz sofrer.
Poderia eu, sem fazer
menção ao mundo.
Dizer a quem vim sem rumo.
E no âmbito da paixão
direi que abro mão.
de eu e de mim, pra
ser seu até o fim.
Não me despreze em amor,
pra não retornar a repentina
dor.

livre

não danço sua dança
não canto sua canção
sou livre pra cômpor,
e pra expor minha
expressão

nove segundos

O Silêncio inconstante, cessa
quando um uníssono se rebela
através da chuva áurea
que cai e molha a terra
Uniformemente e sem distinção.

E com o silencio disperso.
Resta-me as lembrança e
seus significados oscilantes.
Ora estou feliz, ora triste.

E em uma desses oscilantes repentinos,
lembro-me de quando conheci a ti.
E como me despertara com seu
adocicado perfume e com seus passos altos.

Tinha jeito de noviça e se comporta como tal.
Era jubilante com seu vestido vinho.
Num golpe de destino entrelaçado na sorte
trocamos os primeiros verbos.

Lembro-me bem, tremia e olhava em seus olhos
em busca de segurança, porém não a encontrava
e continuava a tremer, receoso pelas palavras.
Então disse a mim mesmo, sou homem macho.
Tenho que criar coragem nessa margem.

Virei às costas, respirei bem fundo,
peguei seu braço pressionei com o meu
Olhei fundo nos seus olhos.
Te beijei bem forte e disse bem baixinho,
pra todo o seu mundo escutar :
- te amo!

viagem

o vento vai trilhando a vontade de chegar,
a gente vai desligando da vida que ficou,
e ficamos atordoados, perplexos com tanta novidade.
tudo é tão lindo.
trecho a trecho
o paraíso vai se completando,
os olhos vão sendo guiados
pelo quadro de riscos verde do mato,
o cheiro de saudade vai misturando
como perfume esperado da surpresa.

meu Deus. é tanto chão pra cortar.
tanto mar de asfalto pra navegar.
o destino escolhido é perdido
para redescobrirmos o desconhecido.
o tempo vai se extendendo
e não quer mais passar,
acho que ele também
gostou da viagem

corte

Corte sem navalha
e sem simetria
vai cortando e
retirando todo
o escesso poético,
todo o além da
poesia

sou pó entregue ao acaso
quem dera fosse vaso
e espedaçasse pelo ar
ao menos assim,
teria motivo pra chorar.

na memória

sob o telhado
sujo, negro, com mato
mato seco,
seco o ar
lembro assim
como uma imagem
de momento, o
momento do
verbo, o primeiro,
o rebento,
nasceu aqui em um
muro de placa
chumbado de cimento
dele veio
de anexo
a paixão literária,
solitária, o amor
ao verbo, ao liberal
anormal

lindo é apaixonar
pelos textos, pela
língua
continuar a sincronia
do amor, do nosso
amor
texto meu, texto seu,
texto exposto,
texto fosco,
vamos juntos
com força
com grito
o som, silencioso
da voz uníssona da
alma solitária.

música

banquinho e violão
calos no dedos,
suor na mão
toca meu caro balão
bossa nossa,
nossa bossa,
música cantada
canção musicada
de onde vem
tamanha inspiração
mãos ao ar,
pés ao chão,

confuso até no título

sou um nato
apaixonado
vejo, amo
logo apaixono
o que tenho,
senão vago
vão de palco
chão,
sem palavras
pra falar me
ponho a clamar
como pode
ser amor
o que sinto
sem parar

sobremesa

sobre a mesa a sobremesa
sob a mesa, sobre a mesa
surpresa! nada havia
sob a mesa / nada havia
sobre a mesa / não havia
nem a mesa / só restou
mesmo a sobremesa.

o amor veio

o amor veio a galope
pulo a pulo / bote a bote
me atingiu / como um golpe
Lança quente /fura a gente
fervente e inocente veio o
amor.

avante

sempre avante!
não derrapante!
olho atrás a todo
instante / no anseio
incessante de ser um
imigrante /desse vasto
planeta distante

meu texto

o meu texo
quando se expõe
torna-se gente
e logo vira cão
vai devorando
minhas idéias
e se despindo
da roupagem
que o coloquei
fica nu e só
ele geme e grita
o leitor o escuta
e o trata com afeto
e o cativa a se expor
eu, de longe, o observo
e o leitor o coloca
uma coleira
logo, ele abana
seu rabo e late
como se dissese
- sou seu.
eu logo abaixo
minha fronte
e me ponho
a chorar
a morte fracionada
de mim mesmo.

não tenho nada a dizer

"Quem diz o nada ser ausência está enganado, pra mim o nada é a essência, a conglomeração, é o anular. É como o branco, não é a ausência de cores, mas é são todas elas juntas. O nada é complexo não simples, ele tem forma, sua forma não é contornada, afinal pra que contorno quando se pode ir além. É de dentro e de fora.
O nada é modernista ou até mesmo pós-modernista. Pra ele não há regras, leis ou constituições. Mesmo sabendo que serei incoerente vou ousar ao falar que o nada não é, pois não o que ser pra ele, não há características, não há limitações, não é e pronto.
Ele está por ai, ele é o por aí. Nele não há sentimento ou há todos eles juntos e amontoados numa sincronia mutua. Posso dizer que o nada,sobremodo, é tudo incumbido de uma ar de anarquismo, de uma ausência, de uma descaracterização. Não há nada sem o tudo e vice-versa. O nada é o clímax da junção, como a morte é o clímax da vida."

a morte

a felicidade constante de outrora,
manifestada pela intensidade do toque
pelo vivido entoar das palavras dispersas,
deu lugar a um luto cor da noite
deu lugar a ausência revestida de tristezas

a voz do mundo foi silenciada
o único ruído que ouço
é o cântico do pássaro da morte
é o cântico da alma expulsa

chorar, da visão derradeira
gritar, invocando sua volta,
tudo em vão.
sobre a dor, há o chão
e o corpo, pó
o sobre o pó nascerá,
inocentemente, um jardim
sendo que a rosa
mais virtuosa,
será da cor da vida
de quem suas raízes
sentiu tocar

o poeta atípico

nas incertezas da vida,
na frieza das relações,
na omissão de fatos,
há nisso tudo uma poesia
encoberta e escondida.
mas o acaso,
escolhe em seu plantel
alguns que tem a função
de ser atípicos,
de extravagar o limite
da razão conceitual,
são eles: os poetas atípicos

e com sua percepção intocável
e sua visão ampla do real
consegue ver o escuro
e descrever de forma clara,
mesmo que seja incoerente,
toda a realidade encoberta
por uma sensação de falsa
paz, de falsa alegria.

o poeta atípico,
é sobremodo,
realista.

sendo assim, eu topo

quero gente como eu,
pensando diferente
sendo divergente
buscando, independente
da forma de expor
demonstrar sua força,
seu vigor
no poder do verbo,
na força da palavra,

deumadois.blogspot.com

filosofia de uma alma

a lágrima é a condensação da alma
quando por tristeza, brutalmente é extraída
quando por alegria, voluntariamente se expõe
o cotidiano da vida, inconsequentemente
exerce uma influência na alma,
forçando uma reação imediata
ela por sua vez prefere o silêncio.
a frequência do corpo exige da alma,
uma malabarismo interno e uma concreta impulsão
para o não declinio do todo
seus deleites e prazeres que pra você são fúteis
e seus sonhos e desejos que pra você são inalcançaveis
são a impulsão para uma elevação da alma,
e para o seu amadurecimento.

da série poemas que o poeta entende,

versinho da morte solitária

Chegou ao fim
do seu caminho,
cessou o ar
do passarinho,
viveu à par
do seu jeitinho,
sonhou? sei lá
em seu seu mundinho
morreu com paz
porém sozinho.

leve

Voar de peito aberto
como de pé no culme,
gritar contra o vento

saltar, um salto na busca
de um voo razante
que rasgue o mundo
que rasgue fundo

famintos

como predadores
postos à presa,
somos nós, os famintos
postos à mesa

a impunidade
a gente traga,
sem ao menos
conhecer o ar
puro.

a morte do nosso herói

Um herói de guerra
caminha com a fé
pendurada no pescoço
jovem o homem
jovem o moço
lar o esperava
batalha a tiros
paisagens sem
degustação
ali no meio uma
vala é desenterrada
em nosso chão
coitado deles inocentes
tudo pela guerra
tudo pela paz
corra jovem
corra rapaz
um lapso laranja
surgi no céu
alvo atingido
braço abertos
e espalhados
na terra molhada
do seu lado
uma possa vermelha
que brilha e chora
honrou sua nação
mas tudo, enfim
acabou, em vão
agora o pranto
se faz necessário
luzes que cessam
gritos de
descontentamento
mas ele não vai voltar
a vala aberta enfim
é tapada

Deus

Folha seca que cai no chão
Pássaro que voa no horizonte
Nada é feito em vão
Tudo é tão perto, é tão longe.

nosso encontro

Porque quando a gente
se encontrar não precisa
dizer nada, apenas segure a
minha mão. Me passe
o seu calor a sua paixão
Me abrace bem forte
que assim vai me dar
sorte. Pra dizer:
te amo.

morte súbita

e deixou-nos
sem deixar
de si saudades,
assim o fez
o velho navegante
da vida.
partiu e remou
em vão,
e nem sequer
disse te amo
a sua amada
nadou de braçadas
até cansar seus
pequenos braços
em vão,
e nem sequer
olho em sua volta
o quão amado era
sofria
chorava
e não percebia
a alegria
do seu lado

enfim,
morreu,
sem poesia

Contraposição

a quem quero enganar
estou triste sim
e você não tem nada
a ver com isso,
ou tem, mas se tiver
que não tenha,
e se não tem
que tenha

ah sei lá

a quem quero enganar
estou alegre sim
e você tem tudo
a ver com isso
ou não tem,
e se não tem
que tenha

ah sei lá

se sou confuso
de nada importa
o importante aqui
é que já esta
tarde e vou dormir

ah sei, agora
é o fim

da série poemas que o poeta entende,
tião

a carta que não quero receber

caro poeta,
quero agradecer a você
pelos serviços prestados
quero te dizer que eu tentei
descrever seu mundo
como me contava.
Fiz o meu melhor
perdoe-me se falhei
se não fui transparentes
e se não o entendi
mas repito
fiz o meu melhor
fui seu amigo e você foi o meu
e até gostei de você
mas, tenho que ir
tenho outros a consolar,
a reanimar,
a reavivar
então, adeus cara
e se puder me liga
atenciosamente, o poema

da série só Jorge Luis Borges Acevedo entende.

deprecated

the sun is blue
the sky is yellow
the green is now purple
happy was the sad
the sad continued sad
life seems more difficult
the world falls, I wonder
my friends are gone, ask me
what happened to me
everything was so well
but neither am concerned
I can translate it all
in my particular universe,
in my poetic world.

da série poemas que o poeta entende,
tião.

poema sem sentido

Qual o motivo do choro?
Desconsole, nem que viva
Oh! Angústia
Nem que mate de tristeza
A jovem donzela
Que não extrema,
A vida embora
Que mesmo assim
Na profundidade
Agônica do ser
Mesmo que invisivelmente
A gente, que na certeza
A incerteza da atitude
A clareza do rio
Da Prata enlaçada ao
Meio da traça
Corrói o comportamento
Que vive descomportado.

da série só Jorge Luis Borges Acevedo entende.

poesia jamais lida

As melhores poesias,
Ainda não foram expostas
Estão ai na alma dos poetas
Desconhecidos

As melhores poesias,
Ainda não foram expostas
Estavam ai nas palavras
Dos jovens ignorados

As melhores poesias,
Ainda não foram expostas
Estarão ai na esperança
dos mais desconsolados

esperança poética

E na morte, na dor e
Na tristeza não compadecida,
Vivia um poema
Vivia - ele - a fim de fazer
Com que o real se retirasse
E o sonho se libertasse
Da cólera da vida
Deslembrando assim
Nem que por um minuto
Da lembrança da fome
Do horror da miséria

anti-poema

O poema que te fiz,
De nada fez efeito
Acho dificil representar em letra
O que sinto aqui no peito.

1212

Uma palavra morre
Quando é dita —
Dir-se-ia —
Pois eu digo
Que ela nasce
Nesse dia.


Emily Dickinson

versinho conectado

O pivô disso tudo
É a conectividade
Não sou objeto
Sou sujeito
Sujeito a isso tudo
Conectado com
O mundo
Te peço, te rogo
Que não afaste-se
De mim,
Não desencadeia
Essa cadeia.
Faz assim
Reconecte!

a sonoridade da vida

A gente esta morto
Morto de fome
Morto de sede
Morto pra vida
Nada mais faz sentido
Nada mais é real
No heavy metal da vida
Tudo é surreal
Tudo agora é Black
Tudo agora é cético
Tudo agora é triste
Se não há Deus
Eu o reinvento
E o que há de errado nisso
Os gritos de uma alma sedenta
Germinam no óvulo da música
E eu a ouço
Mas não é isso que
Realmente sou
Mas não é isso que
Realmente quero
Eu escolho e não há intervenções
Minha vida é um Jazz
Tudo no improviso

A pequena galáxia do eu

A contradição da vida
impõe, embora camafludamente
A realidade do controle
A realidade do poder
A realidade singular
Isso nos força a criar
Um mundo paralelo
Uma dimensão surreal
E nesse novo e discreto
Universo privado
Eu recrio sem limites
A minha realidade
A realidade, pura
A realidade, livre
A realidade, real

Ao mesmo tempo
Sou um e dois, dois e um
Um ser que em paradoxo se esconde
Um ser que na normalidade se exibe
Qual deles sou eu?

Paradoxal

Quem disse que isso é melhor?
Quem disse que Deus não existe?
Se não existe, qual o problema de eu inventá-lo?

Glória, não tenha medo dele
Ele é diferente, mas não importa
Nada importa, agora
Ele não é vilão
Ele é avesso, mesmo assim não importa
Quem disse o normal ser normal?
Quem disse o certo ser certo?
Tudo não passa de sinônimos, antônimos e coisa e tal

A TV mostra o que não quero ver
Mesmo assim eu assisto, é normal assistir
A cama me dá o descanso que tanto quero
Mesmo assim eu não me deito, é anormal não dormir

Glória, não se assuste, apenas
Pense o que quiser pensar
Faça o que quiser fazer
Mas deixe esse mundo de lado
E ponha seu mundo a tona
No seu universo privado

cherries

Hoje acordei sem inspiração
Escrevi o que me veio na mente
Resolvi não escrever de amor
Resolvi escrever de cerejas
Elas são bonitas, gostosas
São redondas, brilhantes
Quando não se usa
Agrotóxico, é claro
Já quando se usa
São mais bonitas, mais gostosas
São mais redondas, mais brilhantes
Mas sinceramente eu nunca vi uma cereja
Muito menos uma cerejeira
Mas isso é irrelevante
O relevante aqui
É minha falta de inspiração

Jazz

Improvise e deixe a vida te guiar
Não seja peso, seja pena,
Não seja fardo, seja leve,
Voe alto e sem pressão

Veja ao longe o horizonte
Não há distancia, há sonhos
Deixe que seus olhos vejam
E seu coração sinta
O frescor da brisa

Não diga nada, seja mudo
Balance num ritmo alucinante
Não siga a melodia

Melodias são normais
Não seja normal

O vento leva
O vento trás
Dificuldade, pessimismo
Tudo nada mais é que
Uma questão de ótica
Quem determina
O significado da vida é você

O mundo é apenas teórico
A vida, essa sim é prática.

versinhos de fé

A fé que tenho
Embora às vezes boba
É forte, É alegre
E me faz mais eu
A glória que sinto
Embora invisível
É sólida, é solta
E me faz mais ser
O que presencio
Embora contestável
Pra mim é natural
E me faz mais real

versinho morto

Abortaram dele a vida
Asfixiando seus sonhos
Extraindo sua alma à força

Iria ser feliz, iria amar
Mas preferiram o ver morto

No ócio

É bom brincar com as palavras
Jogá-las ao lento
Buscá-las ao vento
E formar delas
Canções, lírios, poemas

Melhor ainda é encubar os sentimentos
E formar com eles conexões
Ligações de adjetivos
Elos de cotidianos
Reflexões poéticas
De um mundo às vezes sombrio

Enfim, no ócio a gente
Nada mais é do que
Pedreiro das palavras
Construtor de idéias
Decorador de sentimentos
Manipulador do passado
Profeta do futuro
Opositor da censura
Descritor da realidade
Usuário assíduo
De uma vida construída
Por quem a vive
E a deixa viver

Ociosamente a gente continua
Sendo feliz a todo tempo
Seja de dor e de lamento
De amor e de momento

Luto da Paz;

Quando todos estavam distraídos,
A paz morreu de cansaço e indignação
Todo mundo a conhecia; Mas ninguém a entendia
Falavam como se fosse apenas uma cor; Branco
Falavam como se fosse apenas um verbo; Paz
Falavam como se fosse apenas um prêmio; Nobel
Todos falavam, mas ninguém a creditava
Era sozinha, solitária, confundida e nunca amada

A gente matou a Paz; Sério!
E não valorizamos:
“Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou”
Agora? Ressuscitemos!

Ela está ai, bem perto!
Busquem-na,
traga ela pra fora!
Deixa ela se expor,
Não a reprima.
Libertem-na!

Até quando?
Ficaremos sem ela?
O mundo chora!
Eu choro!
Você chora!
Falta ela!

Ficaremos de Luto,
Depois festejaremos juntos;
Até lá a consciência
Reinara, contra a ignorância!

Eu profetizo!
Ora, quem sou eu sozinho.
Podes me ajudar?

Quando morrer,

Que estupidez a de vocês
Porque quando eu morrer
Não quero choro, nem pranto
Nem desespero e muito menos dor
Quero apenas xícaras de café
Porque a morte é muito amarga
E o sabor adocicado do café estará figurando
Meu adeus soluçante, porém doce

Então, nada de enterro
E sim muita cafeína
Celebrando o término de um ciclo
Sedentário e extremamente amargo
Para um começo desconhecido,
Porém adocicado, com café.

Poema da Estação

Chegou à estação,
Um jovem solitário,
Ao sair do trem,
Olho para trás,
e viu a saudade
se aproximar num só ritmo

Lembrava as paisagens,
Os reflexos no rosto,
As conversas daquela gente,

Mas não conseguia tirar da mente
sua jovem amada
O último beijo
na estação da vinda
O último adeus.
na caminhada lenta do trem
Lembrou também a noite anterior
O calor revelado nos toques
quando o frio la fora castigava

O jovem lembrou ainda
Quando corria,
Quando vivia,
Quando dizia,
Quando sabia
Quando se abria,
naquele pequeno vilarejo
Revia seus momentos ...

Mas todas essas lembranças
se forom com a saida do trem
E agora a sua frente havia
um novo futuro, um novo amanhã!

Vá jovem!
Faça das saudades, conquistas
Da solidão, parceira
Da escuridão, fé
Da vida, trampolim.

Sim, é pra você

A ela,
Cujo sorriso é mais largo
Cujo perfume é mais doce
Cujo jeito é mais adorável

És da terra do frio, mas seu coração é quente
És como a lua, tímida e bela

Dancemos junto
A canção das almas associadas,
Do amor duradouro,
Dancemos até cansarmos
Afinal isso é que importa

Vivamos nosso amor, do nosso jeito
Sem preconceitos, nem conceitos...
Afinal nada disso importa

Vamos a qualquer lugar
Pois a dois é sem limites
É sem fronteiras,
É sem geografia

Afinal no final o que importa
são nossa escolhas, nossa paixões
nossos amores, nossa historia.

paixão

Pra gente sentir saudades
Pra gente sentir vontade
Pra gente morrer de amor
Pra gente sentir dor
Pra gente ser livre do mundo
Pra gente ser capaz
Pra gente poder dizer:
te amo cada vez mais

Pra isso que serve o céu azul
Pra isso que serve os olhos
Pra isso que serve os poemas
Pra isso eu sirvo
Pra isso servimos

Paixão é gente

Às vezes toca, às vezes sente
Às vezes fria, às vezes quente
Às vezes fala, às vezes mente

Damiani

De um verde que ofusca
à um sorriso discreto que atina
De simples palavras
à um discurso de sentimentos

Menina; desconhecida
Garota; adoravel
Mulher; bela

Admiradora de poemas
Gaúcha sertaneja
ela é trilegal e tricolor

Hey,italiana hipnotizadora
a caminho da Argentina
um dia passo ai

Imaginando e sonhando
simultaneamente, virtulizando sentimentos
Coincidência ou não?
Dio aiuta.

tentar, tentar, tentar,
un giorno imparare a vivere
ordine? non si avvia
do que não sei,
nem quero saber. ainda.

Sebastião Sérgio

'REALIDADE' virtual



loading ...
restart na realidade
plugin na virtualidade
deletando sentimentos
download do perfil
atualizando fakerosto ...
inserindo dados
ERROR
informações invalidas
digite o CPF
para confirmação de sorriso
OK.
sorriso logado com sucesso
desconectando ...
conflito de REALIDADE
memória insuficiente
favor aguardar
favor aguardar
favor aguardar
fa..vor aguar...darrr

Sebastião Sérgio

Hey, boy



Hey, boy
o que elas fazem?

como nos atraem?
como nos apaixonam?

seria o perfume?
seria a pele lisa?

parece um veneno
mas seus efeitos são opostos
não queremos o antidoto
queremos mais e mais veneno

elas são tão lindas
elas são tão, tão, tão
isso mesmo, cara.

é sabia que também
conhecia uma delas
elas realmente hipnotizam

o veneno mais doce,
a tortura mais suave,
o monstro mais belo,

yer, boy.
também não sei
nem adianta me pergunta.

Sebastião Sérgio

Poema retirante



Vejo no olhar de cada um desse povo
A felicidade extraída da pobreza
O amor esculpido na incerteza
O valor da fé inabalável
A esperança pelo novo dia
A alegria singela
A paciência na vida

Nesse chão, nessa terra
Meu povo, minha história
Ah .., A distância disso tudo
Aos poucos fera a alma

A lembrança de um tempo
A vivência apreciada
As imagens eternizadas
Tudo isso ainda tenho
Guardadas no meu peito,
Refletidas em meus olhos.

Sebastião Sérgio

Céu esquecido


Hoje tive vontade de olhar o céu
Fazia tempo que não o via

O tempo passa
A gente fica velho
A vida muda
E o céu está ali
Esperando pra ser apreciado

E eu aqui
Esperando chegar em casa e,
Dormir

Quado o revi
algo novo aconteceu
aqueles pontinhos claros
que eles chamam de ...
estrelas
ELAS BRILHAM.
Sério mesmo
e são tão lindos

Naquele dia, esqueci do sono
Fiquei admirado como o esqueci

Sebastião Sérgio

Mein Sonntag


Quando chove não te vejo
Mas sei que está aí por cima das nuvens
A água cai, a angústia chega
Seus raios não me tocam
Sinto-me só.

Ah Meu Sol. Cadê você?
Sem você
Tudo fica escuro
Tudo fica frio
Tudo fica sem graça

Com você
O céu é mais limpo
O ar mais fresco
O tempo mais feliz

O amor, com a aurora, chega.
A saudade, com o crepúsculo, oprime.
Por que você se põe?
Por que não se imortaliza?