No ócio

É bom brincar com as palavras
Jogá-las ao lento
Buscá-las ao vento
E formar delas
Canções, lírios, poemas

Melhor ainda é encubar os sentimentos
E formar com eles conexões
Ligações de adjetivos
Elos de cotidianos
Reflexões poéticas
De um mundo às vezes sombrio

Enfim, no ócio a gente
Nada mais é do que
Pedreiro das palavras
Construtor de idéias
Decorador de sentimentos
Manipulador do passado
Profeta do futuro
Opositor da censura
Descritor da realidade
Usuário assíduo
De uma vida construída
Por quem a vive
E a deixa viver

Ociosamente a gente continua
Sendo feliz a todo tempo
Seja de dor e de lamento
De amor e de momento

Luto da Paz;

Quando todos estavam distraídos,
A paz morreu de cansaço e indignação
Todo mundo a conhecia; Mas ninguém a entendia
Falavam como se fosse apenas uma cor; Branco
Falavam como se fosse apenas um verbo; Paz
Falavam como se fosse apenas um prêmio; Nobel
Todos falavam, mas ninguém a creditava
Era sozinha, solitária, confundida e nunca amada

A gente matou a Paz; Sério!
E não valorizamos:
“Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou”
Agora? Ressuscitemos!

Ela está ai, bem perto!
Busquem-na,
traga ela pra fora!
Deixa ela se expor,
Não a reprima.
Libertem-na!

Até quando?
Ficaremos sem ela?
O mundo chora!
Eu choro!
Você chora!
Falta ela!

Ficaremos de Luto,
Depois festejaremos juntos;
Até lá a consciência
Reinara, contra a ignorância!

Eu profetizo!
Ora, quem sou eu sozinho.
Podes me ajudar?

Quando morrer,

Que estupidez a de vocês
Porque quando eu morrer
Não quero choro, nem pranto
Nem desespero e muito menos dor
Quero apenas xícaras de café
Porque a morte é muito amarga
E o sabor adocicado do café estará figurando
Meu adeus soluçante, porém doce

Então, nada de enterro
E sim muita cafeína
Celebrando o término de um ciclo
Sedentário e extremamente amargo
Para um começo desconhecido,
Porém adocicado, com café.

Poema da Estação

Chegou à estação,
Um jovem solitário,
Ao sair do trem,
Olho para trás,
e viu a saudade
se aproximar num só ritmo

Lembrava as paisagens,
Os reflexos no rosto,
As conversas daquela gente,

Mas não conseguia tirar da mente
sua jovem amada
O último beijo
na estação da vinda
O último adeus.
na caminhada lenta do trem
Lembrou também a noite anterior
O calor revelado nos toques
quando o frio la fora castigava

O jovem lembrou ainda
Quando corria,
Quando vivia,
Quando dizia,
Quando sabia
Quando se abria,
naquele pequeno vilarejo
Revia seus momentos ...

Mas todas essas lembranças
se forom com a saida do trem
E agora a sua frente havia
um novo futuro, um novo amanhã!

Vá jovem!
Faça das saudades, conquistas
Da solidão, parceira
Da escuridão, fé
Da vida, trampolim.

Sim, é pra você

A ela,
Cujo sorriso é mais largo
Cujo perfume é mais doce
Cujo jeito é mais adorável

És da terra do frio, mas seu coração é quente
És como a lua, tímida e bela

Dancemos junto
A canção das almas associadas,
Do amor duradouro,
Dancemos até cansarmos
Afinal isso é que importa

Vivamos nosso amor, do nosso jeito
Sem preconceitos, nem conceitos...
Afinal nada disso importa

Vamos a qualquer lugar
Pois a dois é sem limites
É sem fronteiras,
É sem geografia

Afinal no final o que importa
são nossa escolhas, nossa paixões
nossos amores, nossa historia.

paixão

Pra gente sentir saudades
Pra gente sentir vontade
Pra gente morrer de amor
Pra gente sentir dor
Pra gente ser livre do mundo
Pra gente ser capaz
Pra gente poder dizer:
te amo cada vez mais

Pra isso que serve o céu azul
Pra isso que serve os olhos
Pra isso que serve os poemas
Pra isso eu sirvo
Pra isso servimos

Paixão é gente

Às vezes toca, às vezes sente
Às vezes fria, às vezes quente
Às vezes fala, às vezes mente