versinho conectado

O pivô disso tudo
É a conectividade
Não sou objeto
Sou sujeito
Sujeito a isso tudo
Conectado com
O mundo
Te peço, te rogo
Que não afaste-se
De mim,
Não desencadeia
Essa cadeia.
Faz assim
Reconecte!

a sonoridade da vida

A gente esta morto
Morto de fome
Morto de sede
Morto pra vida
Nada mais faz sentido
Nada mais é real
No heavy metal da vida
Tudo é surreal
Tudo agora é Black
Tudo agora é cético
Tudo agora é triste
Se não há Deus
Eu o reinvento
E o que há de errado nisso
Os gritos de uma alma sedenta
Germinam no óvulo da música
E eu a ouço
Mas não é isso que
Realmente sou
Mas não é isso que
Realmente quero
Eu escolho e não há intervenções
Minha vida é um Jazz
Tudo no improviso

A pequena galáxia do eu

A contradição da vida
impõe, embora camafludamente
A realidade do controle
A realidade do poder
A realidade singular
Isso nos força a criar
Um mundo paralelo
Uma dimensão surreal
E nesse novo e discreto
Universo privado
Eu recrio sem limites
A minha realidade
A realidade, pura
A realidade, livre
A realidade, real

Ao mesmo tempo
Sou um e dois, dois e um
Um ser que em paradoxo se esconde
Um ser que na normalidade se exibe
Qual deles sou eu?

Paradoxal

Quem disse que isso é melhor?
Quem disse que Deus não existe?
Se não existe, qual o problema de eu inventá-lo?

Glória, não tenha medo dele
Ele é diferente, mas não importa
Nada importa, agora
Ele não é vilão
Ele é avesso, mesmo assim não importa
Quem disse o normal ser normal?
Quem disse o certo ser certo?
Tudo não passa de sinônimos, antônimos e coisa e tal

A TV mostra o que não quero ver
Mesmo assim eu assisto, é normal assistir
A cama me dá o descanso que tanto quero
Mesmo assim eu não me deito, é anormal não dormir

Glória, não se assuste, apenas
Pense o que quiser pensar
Faça o que quiser fazer
Mas deixe esse mundo de lado
E ponha seu mundo a tona
No seu universo privado

cherries

Hoje acordei sem inspiração
Escrevi o que me veio na mente
Resolvi não escrever de amor
Resolvi escrever de cerejas
Elas são bonitas, gostosas
São redondas, brilhantes
Quando não se usa
Agrotóxico, é claro
Já quando se usa
São mais bonitas, mais gostosas
São mais redondas, mais brilhantes
Mas sinceramente eu nunca vi uma cereja
Muito menos uma cerejeira
Mas isso é irrelevante
O relevante aqui
É minha falta de inspiração

Jazz

Improvise e deixe a vida te guiar
Não seja peso, seja pena,
Não seja fardo, seja leve,
Voe alto e sem pressão

Veja ao longe o horizonte
Não há distancia, há sonhos
Deixe que seus olhos vejam
E seu coração sinta
O frescor da brisa

Não diga nada, seja mudo
Balance num ritmo alucinante
Não siga a melodia

Melodias são normais
Não seja normal

O vento leva
O vento trás
Dificuldade, pessimismo
Tudo nada mais é que
Uma questão de ótica
Quem determina
O significado da vida é você

O mundo é apenas teórico
A vida, essa sim é prática.

versinhos de fé

A fé que tenho
Embora às vezes boba
É forte, É alegre
E me faz mais eu
A glória que sinto
Embora invisível
É sólida, é solta
E me faz mais ser
O que presencio
Embora contestável
Pra mim é natural
E me faz mais real

versinho morto

Abortaram dele a vida
Asfixiando seus sonhos
Extraindo sua alma à força

Iria ser feliz, iria amar
Mas preferiram o ver morto