não tenho nada a dizer

"Quem diz o nada ser ausência está enganado, pra mim o nada é a essência, a conglomeração, é o anular. É como o branco, não é a ausência de cores, mas é são todas elas juntas. O nada é complexo não simples, ele tem forma, sua forma não é contornada, afinal pra que contorno quando se pode ir além. É de dentro e de fora.
O nada é modernista ou até mesmo pós-modernista. Pra ele não há regras, leis ou constituições. Mesmo sabendo que serei incoerente vou ousar ao falar que o nada não é, pois não o que ser pra ele, não há características, não há limitações, não é e pronto.
Ele está por ai, ele é o por aí. Nele não há sentimento ou há todos eles juntos e amontoados numa sincronia mutua. Posso dizer que o nada,sobremodo, é tudo incumbido de uma ar de anarquismo, de uma ausência, de uma descaracterização. Não há nada sem o tudo e vice-versa. O nada é o clímax da junção, como a morte é o clímax da vida."

a morte

a felicidade constante de outrora,
manifestada pela intensidade do toque
pelo vivido entoar das palavras dispersas,
deu lugar a um luto cor da noite
deu lugar a ausência revestida de tristezas

a voz do mundo foi silenciada
o único ruído que ouço
é o cântico do pássaro da morte
é o cântico da alma expulsa

chorar, da visão derradeira
gritar, invocando sua volta,
tudo em vão.
sobre a dor, há o chão
e o corpo, pó
o sobre o pó nascerá,
inocentemente, um jardim
sendo que a rosa
mais virtuosa,
será da cor da vida
de quem suas raízes
sentiu tocar

o poeta atípico

nas incertezas da vida,
na frieza das relações,
na omissão de fatos,
há nisso tudo uma poesia
encoberta e escondida.
mas o acaso,
escolhe em seu plantel
alguns que tem a função
de ser atípicos,
de extravagar o limite
da razão conceitual,
são eles: os poetas atípicos

e com sua percepção intocável
e sua visão ampla do real
consegue ver o escuro
e descrever de forma clara,
mesmo que seja incoerente,
toda a realidade encoberta
por uma sensação de falsa
paz, de falsa alegria.

o poeta atípico,
é sobremodo,
realista.

sendo assim, eu topo

quero gente como eu,
pensando diferente
sendo divergente
buscando, independente
da forma de expor
demonstrar sua força,
seu vigor
no poder do verbo,
na força da palavra,

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