o homem e o duto

O que vejo são dutos. Dutos tapados.
Impregnados de cimento da ilusão e
Revertidos de uma falsa decoração inconsequente.

De um lado um homem mórbido e de pé,
semelhante as suas esperanças.
Homem de senso, mas visto como sem sentido.

Vejam seu olhar fito na entrada.
No que será que pensa?
Há ainda chances de não converter
seu momento diante do duto em banalidades,
como fez com tantos planos que fizera.

Resta tempo, falta coragem,
sobre-lhe muitos pensamentos.

Do outro lado o que se tem
é um vago, um nada, uma escuridão.
Imaginações e sonhos só ousam
habitar ali quando são orientados
pela lógica ou pela realidade.

E a cima da visão do homem e do duto
há uma fé sem condições tão clamada
a qual permanece estática, apenas
traduzindo choro e tristeza
em contentamento e ânsia
por verões mais contentes.

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